Os investimentos da Jalles Machado para aumentar a capacidade de produção de açúcar começaram a aparecer nos resultados operacionais, mas o clima adverso acabou impedindo a companhia de atingir o seu guidance tanto no volume de açúcar como em moagem de cana.
Refletindo a inauguração da fábrica de açúcar VHP na Usina Santa Vitória (MG) e o aumento na capacidade de cristalização na Usina Otávio Lage (GO), a produção de açúcar atingiu um recorde na Jalles, subindo quase 20% em relação à safra passada, para 448,2 mil toneladas. No entanto, o volume ficou bem abaixo das 560,3 mil toneladas esperadas.
“Devido à data de inauguração, ao ramp-up de produção e a uma matéria-prima com menor ATR, a produção de açúcar não atingiu o guidance 2024/25”, informou a Jalles em fato relevante divulgado ontem à noite.
A companhia atingiu um mix de produção de 44,6% para o adoçante em 2024/25, ante 37,5% na temporada anterior. A expectativa, divulgada em junho, era de que o mix açucareiro ultrapassasse 50%.
A empresa goiana processou 7,87 milhões de toneladas de cana, um crescimento de 7% em comparação com 2023/24. Nesse caso, o volume ficou abaixo das 8,23 milhões de toneladas esperadas devido a condições climáticas desfavoráveis.
O principal impacto ocorreu nas operações em Santa Vitória (MG). Entre maio e setembro, a região registrou os menores índices pluviométricos da série histórica, depois de um calor intenso durante o verão, segundo a Jalles. Já em Goianésia (GO), chuvas intensas em novembro impossibilitaram a colheita de 60 mil toneladas de cana na Usina Jalles Machado.
A produtividade agrícola média, considerando todas as usinas, subiu 0,5%, para 84,6 toneladas de cana por hectare (TCH), outro recorde para a empresa. Já o ATR (açúcar total recuperável) caiu 4,3%, para 137,8 quilos por tonelada.
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A Jalles Machado está avaliada em R$ 1,4 bilhão na Bolsa. Em 12 meses, as ações da companhia apresentam forte queda, de aproximadamente 40%.