Bom para as usinas

O etanol subiu 37% este ano. E deve continuar em alta

Nos próximos meses, o biocombustível deve perder competitividade em relação à gasolina para desestimular o consumo, segundo analista do Itaú BBA

O preço do etanol hidratado nas usinas paulistas subiu 37% em 2024 e mais de 20% nos últimos 12 meses. Parece muito, mas ele deve continuar em alta até que a vantagem econômica em relação à gasolina desapareça — exatamente para desestimular o consumo.

Para Lucas Brunetti, analista da consultoria agro do Itaú BBA, em setembro ou outubro os preços do etanol devem superar a paridade dos 70% do preço da gasolina, patamar considerado atrativo para que os motoristas optem pelo etanol ao abastecer os carros flex. Na semana encerrada em 10 de agosto, a paridade estava em 66% no estado de São Paulo, acima dos 60% registrados no início de abril e que estimularam a demanda.

“A paridade deve subir porque precisamos ter destruição de demanda para fechar a conta”, diz Brunetti. “A demanda mensal de etanol hidratado está entre 1,8 bilhão e 2 bilhões de litros. Não tem como manter esse nível até o final do ano.”

Apesar de o valor do hidratado ter recuado 1,35% nas usinas paulistas na semana passada, segundo o indicador Cepea/Esalq, a equipe de análise da StoneX concorda que as perspectivas permanecem altistas para o biocombustível devido à forte demanda. Em julho, as usinas do Centro-Sul venderam 1,8 bilhão de litros no mercado interno, um crescimento de 48% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Bom para as usinas, especialmente aquelas que esperaram para vender o etanol. É o caso da Jalles Machado, que preferiu segurar a comercialização do biocombustível, prevendo uma alta nos preços.

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Em seu segundo levantamento sobre a safra 2024/25 de cana-de-açúcar, divulgado nesta quinta-feira, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) estimou uma retração de 4% na produção de etanol devido à menor oferta de matéria-prima em relação à safra passada e um maior direcionamento da cana para a produção de açúcar. Para a Conab, a moagem deve totalizar 689,8 milhões de toneladas de cana em todo o País, uma queda de 3%.

Já a produção de etanol de milho deve aumentar 17%, para 6,9 bilhões de litros, atingindo uma participação de 20% na oferta total do biocombustível.

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