A queda dos preços dos grãos chegou ao balanço da CNH, fabricante das máquinas agrícolas Case e New Holland, frustrando os investidores.
No pregão desta terça-feira, as ações da companhia caíram mais de 10%. É a maior queda em três anos, relatou a Bloomberg.
A demanda por máquinas agrícolas na América do Sul, onde o Brasil é o principal mercado, está mais fraca do que o esperado, reconheceu a companhia.
O resultado da CNH é mais um retrato de um movimento que vem marcando a temporada de balanços das companhias de insumos e equipamentos, que até o ano passado se beneficiavam da margem recorde dos agricultores.
Na divisão agrícola, as vendas da CNH caíram 2,6% no terceiro trimestre, somando US$ 4,38 bilhões. Os resultados melhores na América do Norte não foram capazes de compensar a queda na América do Sul e EMEA (acrônimo para Europa, Oriente Médio e África).
Na América do Sul, a expectativa da CNH é que as vendas de tratores caiam de 5% a 10% em 2023. A queda nas vendas de colheitadeiras deve ser ainda maior, de 15% a 20%, estimou a companhia. No Brasil, a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) projeta uma queda de 20% nas vendas de máquinas agrícolas neste ano.
Em meio ao ambiente mais adverso, a fabricante da New Holland anunciou um programa de reestruturação para reduzir custos. Parte disso virá de uma redução de 5% nos custos com a força de trabalho, o que costuma envolver demissões. Ao todo, as despesas com o programa de reestruturação devem chegar a US$ 200 milhões.
Em bolsa, a CNH está avaliada em US$ 13,5 bilhões.