A Petrobras tem planos para produzir combustível sustentável de aviação (SAF) a partir do etanol de milho ou de cana. Mais do que isso: já procura uma localização para a construção da unidade. A informação é de William França, head da companhia para processos industriais e produtos, citado em reportagem da agência Bloomberg.
Trata-se de uma mudança no discurso da estatal sobre SAF. A empresa já havia anunciado a produção de SAF a partir de óleo vegetal ou de gordura animal em duas refinarias (Cubatão e Comperj). Essa é a primeira vez que a estatal fala em produzir SAF pela rota alcohol to jet, que usa o etanol como matéria-prima.
“Ainda não temos um deadline, mas estamos acelerando o projeto”, disse França durante na terça-feira durante um evento, segundo a reportagem assinada por Mariana Durão, da Bloomberg. De acordo com França, a logística será crucial para o projeto, e é possível que a Petrobras precise construir dutos para levar o etanol à sua planta de SAF.
O combustível sustentável de aviação produzido pela Petrobras seria destinado tanto ao mercado interno como externo.
Recentemente, o presidente da Raízen, Ricardo Mussa, elencou uma série de fatores que tornam Paulínia um potencial hub de produção de SAF no Brasil, como alta oferta de etanol e dutos que conectam a região ao porto de Santos. A companhia, que já produz etanol de segunda geração, está em busca de um parceiro para estrear em SAF.
O amadurecimento da rota do etanol para a produção de SAF é apontado pela IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo) como fundamental para que as companhias aéreas consigam zerar suas emissões até 2050. Para cumprir o compromisso assumido, as aéreas vão demandar 449 bilhões de litros de SAF. No ano passado, a produção global do combustível sustentável de aviação totalizou apenas 400 milhões de litros.