A AgRural fez um corte significativo em sua projeção para a colheita de soja na safra 2023/24 nesta segunda-feira. A consultoria sediada em Curitiba estimou a safra em 150,1 milhões de toneladas, uma redução de 9 milhões de toneladas em relação à sua estimativa anterior.
O maior corte, de 3,3 milhões de toneladas, foi feito em Mato Grosso, que deve colher 36,8 milhões de toneladas. Mas também foram feitos ajustes para baixo em outros Estados, com destaque para o Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo e Minas Gerais. Nessas localidades, a combinação de temperaturas mais altas e chuvas irregulares também tem causado prejuízos.
Apesar de a situação nesses Estados não ser, nem de longe, tão preocupante como a de Mato Grosso, existem perdas isoladas e potencial para mais prejuízo caso o clima não melhore em janeiro, de acordo com Daniele Siqueira, analista da AgRural.
“Estamos bem atentos principalmente ao Paraná, devido ao peso do Estado na produção nacional de soja. O Paraná ainda tem muita coisa enchendo grãos e definindo a produtividade agora em janeiro. As chuvas têm sido mais escassas e está fazendo muito calor”, disse.
Em fevereiro e março, a atenção fica mais por conta do Rio Grande do Sul e do Matopiba, regiões que têm um calendário de plantio mais tardio. “É uma safra que ainda tem chão pela frente, mais que o normal, devido ao atraso no plantio”, acrescentou.
A nova estimativa da AgRural está bem abaixo da divulgada na sexta-feira pelo USDA (Departamento de Agricultura dos EUA), de 157 milhões de toneladas de soja, e das 155 milhões de toneladas estimadas pela Conab também na semana passada.