R$ 250 milhões

São Martinho vai transformar vinhaça em biometano — é só começo

Empresa vai investir R$ 250 milhões para construir sua primeira unidade de biometano; planta representa 20% do potencial do grupo de gerar gás renovável a partir da vinhaça

Em um novo projeto na rota de expansão do portfólio de biocombustíveis, a São Martinho vai investir cerca de R$ 250 milhões na construção de uma unidade de biometano, combustível sustentável que substitui o gás natural, no interior de São Paulo.

A unidade será construída no município de Américo Brasiliense com capacidade de produção de 15 milhões de metros cúbicos de biometano por safra, além da geração de Cbios. A principal matéria-prima será a vinhaça proveniente da produção de etanol de cana-de-açúcar na usina Santa Cruz —a nova planta será erguida anexa à usina. Os resíduos (vinhaça biodigerida) ainda serão utilizados como adubo orgânico nos canaviais.

A primeira planta de biometano da São Martinho é parte de um plano maior da São Martinho de aproveitar todo o potencial de geração do gás renovável a partir da vinhaça.

Com o primeiro projeto, a empresa calcula que atingirá 20% da meta, informou em comunicado. A viabilidade de operacionalizar os 80% restantes ainda está sendo avaliada em projetos nas usinas São Martinho e Iracema, no interior de São Paulo, e Boa Vista, em Goiás.

A São Martinho será proprietária de 100% da molécula de biometano gerada, o que dá à companhia total autonomia na produção e comercialização do biocombustível. A empresa pretende utilizar parte do gás gerado para continuar suas pesquisas que visam substituir o diesel em sua frota própria, um projeto de longo prazo da empresa, que desenvolve testes com esse objetivo desde 2016.

Gasoduto

A produção será conectada ao sistema de distribuição via gasoduto. Com isso, a São Martinho será capaz de atender clientes industriais por meio da venda de biometano pressurizado ou injetado a partir da rede de distribuição de gás na região de Araraquara.

A produção começa no segundo semestre de 2025, quando cerca de 40% da capacidade será entregue. Na safra seguinte, a planta estará pronta.

O projeto terá financiamento do BNDES e da Finep, financiadora de estudos e projetos do Ministério da Ciência e Tecnologia. Cerca de 30% dos desembolsos da obra deverão ocorrer na safra atual, 60% na safra 2024/25 e o restante na safra 2025/26.

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