Os efeitos do El Niño sobre os preços do açúcar abriram uma oportunidade de bons retornos para os investidores dos grupos sucroalcooleiros São Martinho e Jalles Machado. A análise é do Bradesco BBI, que passou a recomendar a compra das ações das duas companhias.
Na esteira do relatório do Bradesco, os papéis reagiram com alta nesta sexta-feira, emendando mais uma valorização numa semana positiva. No início da tarde, os papéis da Jalles subiam mais de 5% e da São Martinho, 1,8%.
Os analistas Leandro Fontanesi e Pedro Fontana ressaltam, em relatório, a alta probabilidade de ocorrência de um El Niño forte entre o quarto trimestre deste ano e o primeiro de 2024. O fenômeno climático historicamente reduz a produção global de açúcar. Nesta semana, a Índia, segundo maior exportador da commodity, decidiu proibir as exportações do produto a partir de outubro.
O modelo de avaliação da dupla incorpora uma alta de 59% nos preços do açúcar na safra 2023/24, acima dos 46% indicado pelos contratos futuros até aqui. “Esperamos um rali de preços a partir de setembro, o que tem acontecido nos últimos anos de El Niño”, afirmam.
A possibilidade de a Arábia Saudita estender cortes na produção de petróleo é outro fator que pode beneficiar o setor na bolsa, acrescentam. Além disso, as ações de São Martinho e de Jalles estão sendo negociadas com um desconto em relação ao seu histórico, abrindo espaço para correção.
O preço-alvo para as ações das duas empresas foi alterado de R$ 40 para R$ 44, no caso da São Martinho, e de R$ 10 para R$ 12 para a Jalles. O Bradesco também elevou a sua estimativa para o Ebitda de São Martinho e de Jalles em 7% e 6%, respectivamente.
A Jalles está avaliada em R$ 2,3 bilhões na bolsa. A São Martinho, que faz parte do Ibovespa, tem um market cap de R$ 12,5 bilhões.