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Todo voto conta: JBS inclui ADRs em assembleia que definirá dupla listagem

Mudança aumenta o número de potenciais votantes na assembleia, que ainda não tem data marcada

Num fato relevante divulgado na manhã desta segunda-feira, a JBS informou que os detentores de ADRs passarão a ter direito de voto na assembleia geral extraordinária que decidirá sobre o processo de dupla listagem que levará as ações da companhia para Nova York e BDRs na bolsa brasileira.

Segundo a empresa, a mudança foi solicitada pelos donos de ADRs. Na prática, a mudança aumenta o número de potenciais votantes na AGE, que ainda não tem data marcada.

O número de acionistas que participarão da assembleia pode ser decisivo no placar da votação. Na call de resultados do segundo trimestre, em 15 de agosto, o CFO da JBS, Guilherme Cavalcanti, pediu quórum. “Gostaria de enfatizar a necessidade de termos os nossos investidores participando da assembleia que tratará sobre o tema”, afirmou.

Quanto mais acionistas participarem da votação, potencialmente menor é o peso do BNDES na decisão. O banco estatal, que já foi um entrave para a listagem nos Estados Unidos, tem o equivalente a 40% dos votos da AGE — os controladores não podem votar.

Quando fez a primeira tentativa de listar ações em Nova York, em maio de 2016, a JBS sofreu com a oposição do BNDES, que na época tinha poder de veto por força do acordo com acionistas então em vigor.

Prazos

“A conclusão da operação depende de diversos fatores fora do controle da JBS N.V., da JBS Participações e da JBS S.A., não sendo possível estimar com precisão se e quando a dupla listagem será concluída”, disse a companhia no fato relevante desta segunda-feira.

Em julho, quando a JBS divulgou a proposta de dupla listagem, havia a expectativa de convocar a AGE em 30 dias e fazer a votação em 60 dias, o que ainda não aconteceu. A estimativa de tocar o sino até o final do ano da Nyse, também apresentada por executivos da JBS em julho, agora parece mais distante.

Por volta das 11h, as ações da JBS subiam 1,2%. Em um ano, acumulam queda de 30%. A JBS está avaliada em R$ 41 bilhões.

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