Apesar do amadurecimento das agtechs, as startups ainda enfrentam barreiras para se tornarem unicórnios. A conectividade limitada nas áreas rurais e a baixa afinidade dos produtores com a tecnologia são os principais entraves, segundo Agtech Report 2023, novo relatório produzido pelo Distrito, plataforma de inovação aberta.
Ao mesmo tempo, houve um aumento no capital disponível para investimento no setor, com um maior número de investidores e de rodadas nos últimos anos. Mas o unicórnio do agro ainda pode demorar alguns anos para despontar.
“Se continuarmos caminhando dessa forma, podemos dizer que o unicórnio agro deve surgir em até cinco anos”, afirmou Eduardo Fuentes, head de research do Distrito, no relatório.
Uma análise do faturamento anual das startups do agronegócio mostra que as empresas ainda têm um longo caminho a percorrer: mais de 50% das startups têm faturamento anual inferior a R$ 3,6 milhões, enquanto apenas 18,5% ultrapassam R$ 10 milhões.
Outro sinal de que as agtechs ainda estão em estágio inicial de desenvolvimento é a concentração do maior número de rodadas nos estágios de seed e pré-seed, demonstrando que há um grande número de startups recém nascidas que buscam investimentos para validar a sua tese e escalar a operação. Já o volume de investimentos é maior em séries A e B — startups que já têm seu produto ou serviço validado e precisam de mais capital para crescer.
Desde 2017, as agtechs da América Latina receberam US$ 650 milhões, segundo o Distrito. O Brasil ficou com 80% do total. As soluções destinadas à produção agrícola responderam por 48% dos investimentos, com destaque para a agricultura de precisão.
Até hoje, a Solinftech fez a maior rodada entre as agtechs brasileiras, levantando US$ 60 milhões em 2020. Depois dela, aparecem Agrofy (US$ 30 milhões em 2021) e Agrolend (US$ 27 milhões no ano passado), segundo o Distrito.