Antitruste

Uruguai barra aquisição da Minerva; companhia vai recorrer

Companhia dos Vilela de Queiroz ainda reúne condições para contornar o veto uruguaio e adquirir os frigoríficos da Marfrig

A Coprodeco, órgão que regula a concorrência no Uruguai, barrou mesmo a aquisição dos frigoríficos da Marfrig pela Minerva no país sul-americano, confirmando que a companhia dos Vilela de Queiroz precisará recorrer para conseguir levar a transação adiante.

A informação foi confirmada pelas duas companhias brasileiras na noite desta terça-feira, em comunicados enviados à CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

Apesar da negativa do órgão antitruste, a Minerva ainda reúne condições para contornar o veto uruguaio. A expectativa é que uma decisão final demore até 150 dias, com o martelo sendo batido apenas pelo presidente da República, Luis Lacalle Pou.

Uma das hipóteses para fazer o negócio avançar é a Minerva vender um frigorífico, como The AgriBiz adiantou na semana passada. Com a venda, a companhia evitaria chegar a uma participação de 40% nos abates no Uruguai, minimizando os danos à concorrência e especialmente aos pecuaristas.

No Uruguai, o M&A enfrenta forte resistência dos produtores de gado, que temem o poder que a Minerva pode ganhar sobre os preços do animal.

Pelos três frigoríficos que pretende adquirir da Marfrig, a Minerva vai pagar R$ 675 milhões, menos de 9% dos R$ 7,5 bilhões que envolvem a aquisição de frigoríficos também no Brasil, Argentina e Chile.

Pelos termos do acordo entre Marfrig e Minerva, a transação no Uruguai é separada das demais. Portanto, mesmo que o Uruguai barre definitivamente esse negócio, o M&A não é desfeito.

Para concluir a aquisição do bloco que ativos que abrange as unidades brasileiras, argentinas e chilena, a Minerva ainda precisa do aval do Cade. Ao que tudo indica, essa decisão só deve sair no fim do ano.

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