As vendas de bioinsumos cresceram 15% na safra 2023/24 e alcançaram R$ 5 bilhões, apontou o levantamento do CropLife Brasil. A perspectiva continua positiva para a próxima temporada, apesar de condições de mercado mais desafiadoras.
Em coletiva de imprensa nesta terça-feira, representantes da entidade afirmaram que as vendas devem continuar crescendo a uma taxa de dois dígitos, mesmo em um ambiente marcado por instabilidades climáticas, lenta comercialização e alto nível dos estoques.
“Esperamos a regularização dos níveis de estoques, principalmente entre os revendedores”, disse Eduardo Leão, diretor-presidente da CropLife. A entidade aponta a oportunidade de investimentos em inovação e ampliação de portfólio como saída para os bioinsumos manterem o ritmo de expansão.
A análise de mercado, que abrangeu todos os segmentos da indústria, foi realizada pela consultoria Blink.
Mercado global
A entidade também divulgou dados referentes ao mercado internacional. No ano passado, o mercado global registrou receita de US$ 15 bilhões, e há expectativa de crescimento anual de 14% até 2032 — movimentando cerca de US$ 45 bilhões, três vezes maior que o atual.
O mercado brasileiro é responsável pelas maiores taxas de utilização de biológicos no mundo e é forte candidato ao protagonismo na utilização de novas tecnologias do setor. O interesse na agricultura com menor impacto ambiental tem levado a busca dos biológicos como alternativa para produções mais saudáveis, afirmaram os dirigentes.
Químicos e bioinsumos
A proteção do cultivo manejada com químicos e bioinsumos cresceu 15% na safra 2022/23 no Brasil, com a adoção dos bioinsumos registrando aumento de 35% na aplicação na mesma área tratada neste período.
Soja, milho e cana-de-açúcar são as principais culturas na utilização dos bioinsumos, representando 94% do mercado nacional. O principal segmento utilizado pelas culturas é o de bioinseticidas.
Marco regulatório
Leão voltou a defender a criação de um marco regulatório específico para os biológicos, em discussão no Congresso. Atualmente, os defensivos agrícolas estão todos sob o mesmo guarda-chuva, o que significa que os produtos biológicos obedecem à mesma regulamentação dos químicos. Para Leão, é preciso ter uma legislação que contemple as particularidades de impacto e manejo dos defensivos biológicos.