Alívio parcial: Chuva avança, mas não alcança todas as áreas produtoras

Mudança será benéfica à agricultura da maior parte do país, mas efeitos nocivos do El Niño devem continuar a ser vistos até meados do outono

Após calor esturricante, uma frente fria consegue avançar pelo Brasil e levar chuva forte para boa parte das regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste nesta semana. Além de aumentar a umidade do solo e favorecer a retomada do plantio das culturas de verão, a precipitação ajuda a combater as queimadas que assolam o Pantanal e Amazônia.

Ao mesmo tempo, mesmo que somente ao longo da primeira metade desta semana, a Região Sul terá uma trégua nos temporais. No caso do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além da aceleração do plantio de milho, arroz e soja, a colheita do trigo também poderá ser retomada.

Desde o início do plantio, estamos relatando problemas com a chuva excessiva no Sul e precipitações irregulares com calor intenso no Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste. Além das commodities, os hortifrútis também vêm sentindo os efeitos do El Niño. De acordo com o portal HfBrasil, a cenora em Minas Gerais e folhosas em São Paulo registraram perdas pelo calor, enquanto a cebola de Santa Catarina teve perda pelas tempestades.

Mais El Niño

O fenômeno El Niño alcançou seu ápice e deverá prosseguir até pelo menos meados do outono de 2024. Isso significa que, embora a atual semana seja mais chuvosa em parte do Brasil, ainda veremos efeitos nocivos do aquecimento do Pacífico à agricultura.

Um exemplo é o Matopiba. A chuva nesta semana até reaparecerá, mas não em quantidade suficiente para um grande aumento da umidade do solo. Além disso, ao nos afastarmos da parte oeste da região Nordeste e migrarmos para áreas de café conilon, maracujá, mamão, cacau e pastagens da Bahia e do Espírito Santo, perceberemos que mal há chuva nos próximos dias. Entre os dois Estados, a chuva será mais regular apenas em meados de dezembro.