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O calor domina as regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, com temperaturas que passam dos 40°C no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina e alcançam 35°C no Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Bahia, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Sergipe.
Por consequência, a umidade do solo diminui rapidamente com maior preocupação no Matopiba e entre o sul de Mato Grosso do Sul e o Rio Grande do Sul.
Em alguns Estados, como o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e sul do Paraná, a estiagem será resolvida muito rapidamente, já que ao longo deste segundo decêndio esperam-se precipitações acima dos 100mm e diminuição do calor.
O problema é que a partir do norte e oeste do Paraná até o Matopiba, as frentes frias não conseguirão avançar, deixando o tempo mais seco e muito quente por um período prolongado. A umidade do solo diminuirá cada vez mais e o calor poderá aumentar especulações sobre produtividade de culturas que já estão pressionadas, como o café, por exemplo.
No curto prazo, a maior preocupação é com a soja e milho do Matopiba, especialmente da Bahia, já que a última grande precipitação aconteceu na segunda semana de janeiro e não há expectativa de chuva forte por pelo menos mais 15 dias.
Em Mato Grosso, a chuva também diminui a partir do próximo fim de semana, mas diferentemente da Bahia, o tempo mais seco garantirá mais horas de trabalho de campo até pelo menos 25 de fevereiro.
O retorno da chuva no Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste é esperado entre os últimos dias de fevereiro e início de março. Mas a mudança será gradual. Não veremos um rompimento brusco do calor e aparecimento de chuva forte imediatamente.
Ao olhar simulações subsazonais de 35, 45 dias, prefiro focar na chuva prevista no oceano ao invés do continente. Normalmente, intensas precipitações com características de invernadas sobre o Brasil acontecem a partir do momento em que também há previsão de chuva acima da média oceano Atlântico adentro. E isso somente aparece no segundo decêndio de março.
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Celso Oliveira, colunista de The AgriBiz, é especialista em clima e tempo da Safira Energia. Atua há mais de 20 anos em previsões climáticas para a agricultura.