Passadas três semanas de janeiro, boa parte do Brasil recebeu menos chuva que o normal. Aliás, desde outubro, início do período úmido, vem chovendo menos que o normal em praticamente todo o País, com exceção da região Sul. Além do fenômeno El Niño, elevadas temperaturas no Atlântico norte e no Índico leste fizeram com que boa parte dos últimos meses fosse quente e seca.
Algumas mudanças, no entanto, aconteceram nas últimas semanas. A principal delas foi o aquecimento do Atlântico Sul, junto à costa do Brasil, que passou a levar umidade para uma boa parte do país.
Soma-se a isso o começo do enfraquecimento do El Niño e a desconfiguração da temperatura do Oceano Índico. O resultado é a expectativa de chuva mais frequente a partir desta última semana de janeiro e ao longo de boa parte do mês de fevereiro.
O produtor terá que ficar atento, pois as invernadas serão bem mais frequentes a partir de agora, fazendo com que as atividades de campo ocorram de forma mais lenta, entre elas a colheita da primeira safra e a instalação da segunda safra.
Tanto as previsões de curto prazo (de até 16 dias), como as simulações sub sazonais (até 46 dias) indicam maiores precipitações sobre os Estados de Minas Gerais, Bahia, Goiás, Tocantins, Espírito Santo e leste de Mato Grosso (divisa com Goiás).
Por outro lado, a região Sul, que vem registrando chuva acima da média, terá um período mais seco e com diminuição da umidade do solo, em um período que a soja do Rio Grande do Sul entra em floração e enchimento de grãos.
Março
Voltando ao centro e norte do Brasil, em março, a chuva não será tão intensa como no mês anterior, porém será suficiente para manter elevada a umidade do solo.
A maior preocupação com a segunda safra está nos meses de abril e maio. Esses, sim, serão mais secos que o normal. Áreas instaladas de forma mais tardia poderão não ter umidade suficiente para o completo desenvolvimento de seu ciclo.