A chuva está espalhando pelo Brasil — e é bom o produtor acelerar o plantio da soja. Se hoje o atraso acontece pela falta de umidade no solo, o plantio poderá paralisar pelo excesso de chuva em poucos dias.
Nas últimas 24 horas, Sorriso e Sapezal, importantes municípios produtores de Mato Grosso, registraram 65 milímetros e 50 milímetros de precipitação, respectivamente. No Maranhão, Balsas recebeu 110 milímetros, enquanto Pirenópolis, em Goiás, registrou 75 milímetros, segundo dados do Inmet, do Cemaden e da Agência Nacional de Águas (ANA).
A tendência é de que o tempo fique cada vez mais chuvoso, pois estamos passando por um momento curioso e relativamente comum sob influência da La Niña.
Com a seca extrema deste ano e o atraso no retorno das chuvas, muitos produtores pensam em iniciar o plantio somente quando umidade no solo for suficiente para receber a semente. Mas, sob La Niña, é comum a chuva irregular transformar-se em uma invernada em questão de dias, ou seja, o tempo fechar completamente. Neste ano, não será diferente.
Até sexta-feira (18), o tempo ficará chuvoso no norte de Goiás e no Matopiba. A partir de sábado (19), a invernada também alcançará Mato Grosso, Rondônia, Pará, Minas Gerais e o norte dos Estados de São Paulo e de Mato Grosso do Sul.
Esse padrão deve permanecer durante quase uma semana, sendo quebrado apenas no final da próxima semana. Entre os dias 25 e 27 de outubro, uma frente fria no Rio Grande do Sul mudará a direção da umidade da Amazônia para a região Sul.
A notícia é boa para o Rio Grande do Sul. Como a chuva no Brasil funciona como uma gangorra, enquanto o tempo ficar chuvoso no centro e norte do Brasil, o estado gaúcho passará um período menos úmido e mais favorável para a retomada das atividades de campo.
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Celso Oliveira, colunista de The AgriBiz, é especialista em clima e tempo da Safira Energia. Atua há mais de 20 anos em previsões climáticas para a agricultura.
