Meteorologia

O que esperar das chuvas para a agricultura nesta semana

Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste passarão por uma semana menos chuvosa e mais quente

Apesar da chuva histórica sobre o Rio de Janeiro no último fim de semana, com acumulado de até 275 milímetros em apenas 24 horas, o interior do Brasil registrou precipitação menos intensa.

O maior valor foi observado ao longo da divisa de São Paulo com Minas Gerais com valores entre 30 milímetros e 35 milímetros em média. Atualmente, a umidade do solo está acima dos 70% e favorável ao desenvolvimento agrícola em Goiás, Mato Grosso, Rondônia, Tocantins, Maranhão e Pará.

Por outro lado, boa parte do Piauí e a região central da Bahia estão com umidade do solo abaixo dos 60%, o mínimo para um bom desenvolvimento agrícola. Entre o Paraná e São Paulo, a chuva do fim de semana aumentou a umidade do solo, mas há necessidade de precipitação regular nas próximas semanas.

Chuvas na agricultura

Por falar em chuva regular, as maiores precipitações desta semana acontecerão sobre a Região Sul, especialmente no Rio Grande do Sul. Se por um lado a chuva forte ajuda a aumentar a umidade do solo e o desenvolvimento de soja, por outro lado, a diminuição da radiação solar e eventual transbordamento de arroios podem afetar o arroz.

Sobre a maior parte do Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, a semana será mais seca e quente. Algumas consultorias indicam a atual colheita da soja é a mais acelerada dos últimos anos. E a semana menos chuvosa manterá o ritmo de colheita da primeira safra e instalação da segunda safra, especialmente no Centro-Oeste.

A partir do próximo domingo, a “gangorra” da chuva mudará de posição: enquanto a Região Sul voltará ter menor precipitação, Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste passarão por uma invernada. Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás e o leste de Mato Grosso serão os Estados com maiores acumulados e, as atividades de campo avançarão mais lentamente ao longo do terceiro decêndio de janeiro.

Vale salientar que o mês de fevereiro deverá ser o mais úmido do verão no Brasil. Isso significa que esta invernada do fim de janeiro irá avançar ao longo de parte do mês que vem.

De acordo com a simulação americana CFSv2, as maiores anomalias positivas de precipitação são previstas para o Matopiba, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Rondônia.

Por outro lado, apesar do El Niño, o fenômeno não terá força suficiente para levar chuva ao centro e sul do Brasil em fevereiro. A expectativa é de precipitação abaixo da média os três Estados da Região Sul, em São Paulo e em Mato Grosso do Sul.