Clima

Soja pode sofrer com tempo quente e seco no Matopiba

Chuvas na região só voltarão de forma significativa perto do Natal; no sul, excesso de umidade pode favorecer doenças

O tempo quente e seco no norte do Brasil, especificamente o Matopiba, preocupa produtores de soja. O plantio já foi mais lento na região devido à distribuição irregular das chuvas entre outubro e novembro. Agora, chama a atenção a previsão de um período mais quente e seco do que o normal.

O Matopiba, região que compreende os estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, verá um aumento significativo das chuvas apenas perto do Natal. Com um corte mais prolongado nas precipitações, existe risco de diminuição da produtividade em soja e milho, além da perda da janela ideal para o plantio de algodão.

O Centro-Oeste e a maior parte do Sudeste também enfrentarão clima mais seco e quente nos próximos cinco dias, depois de uma semana sob as mesmas condições. A umidade do solo, inclusive, começou a diminuir entre o Estado de São Paulo e o oeste e sul de Minas Gerais, porém sem prejuízo às lavouras. Nessas regiões, a chuva voltará a aumentar por volta de 20 de dezembro.

Por outro lado, um intenso temporal avançou pelo Rio Grande do Sul entre o domingo e segunda-feira (1º e 2 de dezembro) com rajadas de vento acima dos 100km/h e acumulado de chuva de até 70 milímetros.

Tanto a diminuição da chuva sobre o Sudeste e Centro-Oeste como o temporal no Sul aconteceram pelo mesmo motivo: uma mudança no padrão intrassazonal, ou a mudança da “gangorra da chuva” mais para Sul.

Por isso, as frentes frias não conseguem avançar tanto pelo Brasil e, pelo menos, até meados de dezembro, as precipitações mais intensas permanecerão sobre a região Sul. A próxima tempestade, inclusive, acontecerá entre 6 e 10 de dezembro com acumulados previstos acima dos 200 milímetros em municípios de Santa Catarina e do Paraná.

Os produtores paranaenses já finalizaram o plantio de soja. A questão é que as atividades de campo serão paralisadas por causa da umidade excessiva, e o risco de surgimento de doenças fúngicas aumentará com acumulados tão elevados previstos nos próximos dias.