Revendas

Em apenas um mês, FIDC da Agrogalaxy chega ao primeiro bilhão

Rede de revendas conseguiu um novo aporte de R$ 400 milhões, reforçando o poder de barganha nas negociações com fornecedores

Depois de levar seis meses para levantar R$ 500 milhões em um FIDC exclusivo estruturado pela TerraMagna, a Agrogalaxy praticamente dobrou o tamanho do fundo em um mês, passando do primeiro bilhão.

Em um comunicado enviado nesta terça-feira à CVM, a rede de revendas controlada pelo Aqua Capital informou que conseguiu um novo aporte de R$ 400 milhões para o fundo, reforçando o poder de barganha da Agrogalaxy nas negociações com fornecedores — especialmente de defensivos agrícolas.

Como o fundo (um Fiagro FIDC) já contava com R$ 650 milhões em patrimônio, a captação recém-anunciada traz o PL para pouco mais de R$ 1 bilhão.

A Agrogalaxy não revelou o nome do investidor institucional que alocou R$ 400 milhões no FIDC. Nas primeiras captações desse fundo, a companhia captou com family offices e bancos como o BV (o antigo Banco Votorantim).

Garantias

Para estruturar a nova captação, a Agrogalaxy deu em garantia as cotas mezanino B do FIDC, recursos que ela própria já havia aportado. Além disso, o investidor detém uma opção de venda das cotas do fundo para a rede de revendas, uma forma de proteção que pode ser acionada a depender do desempenho da carteira de recebíveis.

Pela escala do FIDC da Agrogalaxy, a TerraMagna — fintech liderada por Bernardo Fabiani — pode ter ajudado a criar uma nova forma de financiamento para as revendas, que agora poderão comprar defensivos agrícolas à vista com descontos, o que antes era impensável.

Para que essa nova forma de financiamento se consolide, a desempenho da carteira do fundo será fundamental. Se a inadimplência ficar sob controle mesmo em uma safra mais tumultuada como a atual, o veículo terá passado no teste de fogo.

Para a Agrogalaxy, o funding no mercado de capitais veio em boa hora, contribuindo com a liquidez da companhia em um momento em que o mercado bancário está mais escasso e a companhia vem tomando medidas para melhorar a estrutura de capital.

Na semana que vem, a Agrogalaxy divulga o balanço do primeiro trimestre, um termômetro importante para compreender o desempenho da safra 2023/24.

Na B3, a companhia está avaliada em R$ 282,9 milhões. Desde o início do ano, as ações caem 52,8%.