SNAG11

Com irrigação e Boa Safra, Fiagro da Suno lança follow-on de R$ 350 milhões

Do pipeline de R$ 370 milhões em análise, 38% são da sementeira dos irmãos Camila e Marino Colpo

Fiagro da Suno_sino bolsa

As condições de mercado para a oferta de novas cotas de Fiagro parecem, finalmente, dar sinais positivos. Depois do sucesso no folllow-on do CRAA11, o fundo de agro da Sparta, a Suno decidiu ir à rua com uma oferta de R$ 350 milhões, mostrando uma janela para os fundos que não sofreram descontos no mercado secundário.

O follow-on do SNAG11, Fiagro de crédito da Suno que recentemente ultrapassou a marca de 100 mil cotistas, terá mais uma vez uma participação relevante da Boa Safra, mas também inclui setores como irrigação e laticínios.

A Suno não detalhou os nomes dos ativos-alvo, mas deu boas pistas no prospecto divulgado na quarta-feira à noite. Do pipeline de R$ 370 milhões em análise ou fase de estruturação, o “CRA pulverizado de uma sementeira” representa 38,6% — R$ 135 milhões.

Para quem conhece o histórico do SNAG11 e a estratégia de distribuição da Suno, é fácil saber que se trata da sementeira dos irmãos Camila e Marino Colpo. Atualmente, o CRA de risco pulverizado da Boa Safra representa 67% do patrimônio líquido do SNAG11, que atualmente é de R$ 503 milhões.

Como é praxe nas ofertas de cotas do Fiagro da Suno, os devedores dos CRA se comprometem a inicialmente comprar as cotas. Num segundo momento, elas são vendidas aos investidores, um trunfo de distribuição que só é possível graças à penetração digital da Suno no varejo.

A estratégia de distribuição da casa liderada por Tiago Reis reduz drasticamente os custos de distribuição em uma oferta. Neste follow-on recém-lançado, por exemplo, as novas cotas vão sair a R$ 10,09, já incluindo R$ 0,03 em custos de distribuição, ou seja, 0,3%. Em termos comparativos, a bem-sucedida oferta da Sparta teve um custo de distribuição de 2,3%.

Nesta quinta-feira, a cota do SNAG11 era negociada a R$ 10,05 na bolsa.

A vez da irrigação

O follow-on do SNAG11 também trará novidades para a indústria de Fiagro. No pipeline de ativos que podem ser comprados com os recursos da oferta está um CRA pulverizado de uma companhia ligada à irrigação, com uma alocação potencial de R$ 50 milhões.

A entrada da irrigação agrícola, uma das teses de investimentos mais importantes para os próximos anos, coroa um relacionamento que a Suno vem cultivando há muitos meses.

No ano passado, Tiago Reis e Octaciano Neto, diretor de agronegócios da casa de research, acompanharam uma comitiva do governador do Paraná, Ratinho Jr., ao Estado americano do Nebraska e conheceram a Valmont, dona da marca Valley — uma das maiores fabricantes de equipamentos para irrigação.

Organizada por João Rebequi e Renato Silva — dois executivos brasileiros que trabalharam na Valley —, a comitiva aproximou a Suno dos players de irrigação, ajudando a gestora a entender melhor as dimensões do potencial de investimento e, claro, das oportunidades para financiar o setor.

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A previsão da Suno é liquidar a oferta em 23 de setembro.  O follow-on da Suno é coordenado pela Singulare. O BMA, um dos escritórios de advocacia mais prestigiados do país, é o assessor jurídico.