A Sparta conseguiu mesmo desafiar o mau humor do mercado com os Fiagros e emplacou um follow-on de R$ 187 milhões para o CRAA11, o fundo de agro da gestora fundada por Victor Nehmi, apurou The AgriBiz.
Mesmo sem a XP, um desafio adicional para qualquer oferta — a corretora de Guilherme Benchimol tem mais de 60% do mercado de distribuição de Fiagro —, a Sparta conseguiu alocar até o lote adicional, excedendo a oferta base que era de R$ 150 milhões.
Na segunda-feira, a Sparta anunciou ao mercado que estava antecipando o fim do período de subscrição da oferta, que originalmente só terminaria em 25 de julho. No comunicado, não detalhou as razões, o que chegou a gerar dúvidas entre players do mercado.
Em algum momentos, alguns gestores chegaram a especular que a oferta poderia ter ser reduzida, mas foi justamente o contrário.
Como a demanda superou a oferta — consumindo até mesmo o lote adicional —, o período de subscrição foi encerrado antecipadamente. Como consta no prospecto, a alocação do fundo será feita por ordem de chegada.
Embora seja incomum para uma oferta de Fiagro, especialmente neste momento de aversão a risco no setor, o excesso de demanda é um bom e velho conhecido da Sparta. No fim do ano passado, a gestora fez barulho com uma oferta bastante concorrida para seu fundo de infraestrutura (JURO11).
Uma das razões para a sucesso do follow-on do CRAA11 é o valor de mercado do fundo. Em bolsa, o Fiagro da Sparta negocia a R$ 108,94, um dos raros a ficar acima do valor patrimonial.
Na oferta, as cotas saíram a R$ 100, um preço bastante atrativo para um fundo de abordagem conservadora. Em abril, a Sparta reforçou sua estratégia de crédito high grade. No longo prazo, a visão da casa é que esse tipo tem retornos mais atrativos que os papéis high yield.
Com o follow-on, o patrimônio líquido do Fiagro da Sparta vai passar de R$ 230 milhões, mudando o fundo de patamar. Em doze meses, o CRAA11 rendeu 15,9%.
A oferta do CRAA11 é coordenada pela RB Investimentos. A liquidação do follow-on ocorre em 31 de julho.