O rigoroso inverno das startups se instalou. A crise de crédito da agricultura também não deixou para menos. Essa conjunção negativa poderia ser letal para um player como a TerraMagna, a fintech criada pelos engenheiros Bernardo Fabiani e Rodrigo Marques.
Mas aconteceu o contrário. Enquanto alguns players vem sofrendo para controlar a inadimplência, a TerraMagna vai atravessar as turbulências do mercado se tornando um negócio maior, mais rentável — e gerando caixa.
Na semana passada, a fintech divulgou os resultados financeiros de 2023, seu primeiro ano no azul.
Com uma carteira de R$ 1,1 bilhão, a companhia fez R$ 110 milhões em receita com juros — a maior parte dos recursos remunera os investidores dos FIDCs da fintech, incluindo a própria TerraMagna.
Se em 2022 muitos criticaram o desempenho da fintech, que ficou com os fundos desalocados enquanto uma enxurrada de recursos da Faria Lima inundava o agronegócio, agora o cenário é inverso.
A explicação é simples. Dar crédito quando tudo vai bem na agricultura é uma coisa, mas essa não é uma situação permanente. Quando os preços das commodities caem, é possível notar que alguns credores emprestaram sem cuidado.
Na TerraMagna, a estratégia foi contracíclica. Na crise, a companhia acelerou, aproveitando que o crédito ficou mais escasso. A fintech se valeu de sua análise de crédito, que vem se mostrando assertiva.
No ano passado, a cota subordinada do FIDC flaghship da TerraMagna rendeu 58%. No primeiro bimestre, o bom desempenho se repetiu, com um retorno acumulado de 15%.
Agora, a companhia vislumbra os R$ 2 bilhões em carteira até o fim deste ano. A meta de médio prazo é alcançar os R$ 5 bilhões.
Para chegar a esses números, a TerraMagna vem estruturando fundos exclusivos para algumas revendas, captando recursos em sua base de investidores de crédito em um modelo com potencial para mudar a forma como as revendas compram insumos.
O maior exemplo desses fundos é a Agrogalaxy, que acaba de levantar R$ 500 milhões em um FIDC estruturado pela Terra Magna.
Para Fabiani, a crise da agricultura foi o momento de provar o funcionamento de seu modelo de negócios, atraindo novos clientes.
Melhor para os investidores da fintech: The Yield Lab, Softbank, ONEVC, Maya Capital e Shift Capital, entre outros.