Em uma estratégia para aproveitar o ecossistema de fundos que construiu ao longo dos anos, a Éxes — gestora fundada por Artur Carneiro e Bruno Licarião, dois ex-BTG Pactual — criou uma securitizadora para estruturar integralmente os CRAs e CRIs em que costuma investir.
A primeira transação da securitizadora da Éxes foi anunciada recentemente, com a emissão de um CRA de R$ 30 milhões para Carlos Alberto Mauro, um produtor de cana-de-açúcar em Mato Grosso do Sul.
Os títulos, com remuneração de CDI + 5,5% ao ano, foram encarteirados pelos próprios fundos da Éxes, e contam com alienação fiduciária de imóveis, cessão dos recebíveis de cana e o aval da Orbi Química, companhia que pertence à família do agricultor.
Para a Éxes, deter uma securitizadora é uma forma de criar mais pontos de contato com os produtores — o que ajuda no acompanhamento do crédito — ao mesmo tempo em que agiliza o processo de emissão de um CRA.
“Um dos objetivos é trazer a nossa qualidade de serviço ao longo da operação como um todo”, disse Carneiro ao The AgriBiz. Com a securitizadora, a Éxes corta os intermediários que, muitas vezes, tornavam o relacionamento com o produtor mais confuso.
A ideia da securitizadora da Éxes é ir além da emissão de CRAs, estruturando operações imobiliárias também — o que faz sentido na estratégia da gestora, que começou como uma asset de real estate.
Para construir a securitizadora, a Éxes trouxe Marina Queiroz, uma executiva que trabalhou com Carneiro nos tempos de BTG. Em seis meses, Queiroz conseguiu as licenças necessárias na CVM para lançar a securitizadora, que possui uma equipe de três pessoas.
“É uma nova ‘caixinha’ que complementa muito bem toda a parte de estruturação e também a gestora em si”, explica a executiva. Na securitizadora, a Éxes possui um alvo mínimo de R$ 10 milhões, patamar a partir do qual os custos de emissão passam a fazer sentido.
Queiroz reconhece que os fundos da Éxes serão grandes investidores dos papéis estruturados pela securitizadora da casa, mas não quer se limitar a eles. “Temos discussões de tomadores que são nomes fortes no mercado, auditados, e que podem despertar o interesse de outros perfis de investidores”.