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O que falta para o Tegram investir mais R$ 1,5 bi no porto

Tegram, consórcio que administra principal porto do Matopiba, espera receber um parecer positivo ainda neste mês do Ministério dos Portos

Perto do esgotar a capacidade de escoamento do Tegram, o consórcio que administra principal porto do Matopiba espera receber um parecer positivo ainda neste mês do Ministério dos Portos para renovar a concessão portuária e, com isso, ampliar a estrutura.

O pedido foi submetido no fim do ano passado, quando a capacidade do porto ficou próxima do esgotamento. Atualmente, o porto é capaz de exportar 16 milhões de toneladas de grãos por safra, mas a intenção é chegar a 24 milhões de toneladas, o que vai demandar R$ 1,5 bilhão em investimentos.

Se conseguir mesmo o parecer positivo do Ministério dos Portos e da Autoridade Portuária do Maranhão conforme esperado, só restará a aprovação da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) e do Tribunal de Contas da União para o Tegram seguir com os planos.

Originalmente, a licença do Tegram para operar o Porto de Itaqui, no Maranhão, vai até 2037, mas o consórcio formado por TCN, Viterra, CLI e ALZ Grãos propôse estender o prazo por mais 25 anos, outorgando à empresa a possibilidade de operar a região até 2062. 

Com a renovação, o Tegram vai se comprometer a construir mais quatro armazéns e um berço, ampliando tanto a capacidade estática quanto de exportação em cerca de 35%.

Por que um terço?

O percentual de expansão não é tirado ao acaso. Vem de um estudo encomendado pela companhia para identificar o crescimento da produção de grãos na região, como parte da série de documentos a serem apresentados às autoridades para o pedido de renovação antecipada.

De acordo com o material, produzido pela Agência Safras e Mercado, a produção de soja e milho na região do Matopiba deve aumentar em cerca de 35% daqui até à safra 2032/33.

Nessas projeções, a produção de soja saltaria de 21,9 milhões de toneladas para 29,9 milhões de toneladas, e o milho de 13,2 milhões para 17,8 milhões de toneladas. A oferta de farelo de soja, por sua vez, deve aumentar 10%, totalizando 1,9 milhão de toneladas. 

 “Hoje, a região cresce de forma acelerada, e vai continuar assim pelos próximos dez anos, crescendo 3%, 4% ao ano. Depois disso, começa a crescer menos, 1% ao ano. Então, a próxima fase do Tegram é superimportante para continuar o processo de crescimento e abertura de áreas do Matopiba”, disse Marcos Bertoni, CEO do Tegram, ao The AgriBiz.

A expansão da produção de milho safrinha também justifica os investimentos. “Quando a gente entrou em 2016, boa parte do Mapito não fazia safrinha porque não tinha condição de escoar no período que precisava. O Tegram entrou e isso foi crescendo. Hoje, eu falaria que perto de uns 60%, 70% das áreas têm safrinha. Pode ser pouco perto do resto do Brasil, mas é um avanço enorme para a região”, diz Bertoni. 

Quase tudo (97%) do que é produzido nos Estados do Maranhão, Piauí e Tocantins é escoado pelo Tegram. Além desses Estados , o consórcio ainda consegue absorver parte da produção do leste do Mato Grosso e algo entre 10% a 15% da produção baiana. Mais de 70% dos grãos que chegam ao porto vão para a China. Cerca de 10% vai para a Europa e, o restante, pulverizado entre diferentes mercados.

Hoje, a divisão entre modais de transporte de grãos para chegar ao porto é feita metade a metade, entre ferroviário e rodoviário, cada um com 7,5 milhões de toneladas. Nas contas do Tegram, será possível, com a ampliação, aumentar em 3,5 milhões de toneladas a quantidade transportada no modal rodoviário e em 5 milhões no modal ferroviário.