Armazenagem

Crise? Que nada. Na Kepler Weber, a venda disparou

Nem mesmo a margem apertada dos produtores segurou as vendas da líder em silos agrícolas; no segundo trimestre, receita cresceu 17%

Silos de Kepler Weber

Nem mesmo a margem apertada dos produtores de grãos segurou a Kepler Weber, a quase centenária companhia que lidera o mercado brasileiro de silos agrícolas por larga vantagem.

No resultado divulgados nesta quarta-feira, a companhia fundada na gaúcha Panambi entregou um crescimento expressivo da receita, com efeitos positivos que se alastraram por todo o balanço.

No segundo trimestre, a receita líquida cresceu 16,6%, totalizando R$ 328 milhões. Com custos e despesas sob controle, a Kepler Weber conseguiu um Ebitda de R$ 63,3 milhões, um salto 17% — a margem cresceu 0,2 ponto percentual, para 19,3%. O lucro também aumentou (11%), totalizando R$ 37 milhões.

O cenário positivo já era aguardado por analistas. Tanto em receita quanto em Ebitda, a Kepler Weber ficou dentro das expectativas do analista Lucas Laghi, da XP, ultrapassando as expectativas por uma ligeira margem.

Os resultados da Kepler Weber foram positivos nas duas principais áreas, incluindo a divisão de Fazendas, que agrega as vendas de silos e outros equipamentos para os produtores rurais — teoricamente, os mais afetados pela compressão de margens.

Nessa área, que responde por pouco mais de um terço da receita líquida, o faturamento aumentou 25%, totalizando R$ 103,6 milhões. Estão incluídos nesse montante o faturamento de parte de um grande projeto no Piauí, com capacidade de armazenar 66 mil toneladas de grãos.

A demanda agroindustrial também respondeu no trimestre. As vendas da Kepler nessa área — responsável por um terço das vendas — aumentaram 15%. Novos projetos para cooperativas no Paraná e no Mato Grosso do Sul, além de silos grandes grupos e tradings no Mato Grosso e Goiás, contribuíram com os resultados.

O melhor está por vir?

Além das boas notícias do segundo trimestre, as indicações para o futuro são promissoras. Em relatório, a Kepler chamou a atenção para as melhores condições da linha de financiamento aos investimentos em armazenagem do novo Plano Safra.

O programa do governo liberou R$ 7,8 bilhões para o PCA (Programa de Construção de Armazéns), um aumento de 17,3% em relação ao ano passado. Os juros também parecem competitivos, abaixo da Selic, enfatizou a companhia.

De olho no futuro, a Kepler Weber também comunicou aos investidores que fechou novas vendas no Mato Grosso, Pará e Bahia, garantindo R$ 53 milhões em receita para o segundo semestre na divisão de fazendas.

“Apesar da queda na rentabilidade devido às oscilações de preços das commodities, as principais cooperativas estão intensificando seus investimentos para agregar maior valor aos produtos”, diz a companhia, em comunicado. Para o segundo semestre, a Kepler Weber já tem contratados R$ 58 milhões em novas vendas na divisão agroindustrial.

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Listada na bolsa, a Kepler Weber está avaliada em R$ 1,9 bilhão. No ano, as ações praticamente não oscilaram.