Balanço

O ciclo espetacular do frango será prolongado, indica CEO da BRF

Cada vez mais próxima de retomar a distribuição de dividendos, a BRF registrou um lucro líquido de R$ 1,1 bi no segundo trimestre

Miguel Gularte, CEO da BRF

O ciclo espetacular da carne de frango levou a BRF a mais um trimestre histórico, o terceiro em sequência.

A combinação entre preços baixos dos grãos usados na ração animal e oferta equilibrada em todo o mundo ajudou a dona da Sadia a entregar um Ebitda de R$ 2,6 bilhões, o maior da história para um segundo trimestre.

O bom momento, é verdade, já estava no radar de boa parte dos analistas, mas a BRF conseguiu superar as previsões. O Ebtida ficou 9,5% acima do consenso Bloomberg, com uma margem também superior à esperada — 17,6% contra a estimativa média de 16,9%.

As vendas também superaram as expectativas. Ao todo, a receita líquida da BRF aumentou 22%, chegando a quase R$ 15 bilhões graças aos preços mais altos do frango no mercado internacional e ao forte aumento do volume de processados no Brasil, especialmente de embutidos e margarina.

Com um forte resultado operacional, a dona da Sadia conseguiu gerar caixa (R$ 1,7 bilhão no trimestre), reduzindo o índice de alavancagem para apenas 1,14 vez, o menor em quase uma década.

Cada vez mais próxima de retomar a distribuição de dividendos (uma boa notícia para a controladora Marfrig), a BRF registrou um lucro líquido de R$ 1,1 bilhão no segundo trimestre, um resultado em muito superior ao prejuízo de R$ 694 milhões do mesmo período do ano passado. Naquele momento, a sobreoferta de frango no mundo pressionava as margens.

Em uma entrevista a jornalistas no início da noite, o CEO da BRF, Miguel Gularte, chamou atenção para uma particularidade do atual ciclo da carne de frango. Ao contrário do que costuma ocorrer em momentos de margens muito altas na indústria, o que costuma estimular os alojamentos nas granjas, um aumento de oferta agora não é iminente.

“O que estamos vendo é que esse período de equilíbrio de oferta e demanda não só é mais estável, como será prolongado. Vemos esse cenário se mantendo ao longo deste ano”, projetou o executivo, indicando que as margens populadas devem continuar.