Gestão

Marcio Santos vai assumir comando da Bayer CropScience no Brasil

Agrônomo, executivo brasileiro vai assumir a posição que era de Malu Nachreiner, que está de mudança para Singapura

A Bayer CropScience, divisão agrícola da gigante alemã, está trocando a liderança das operações brasileiras, uma das mais importantes para a fabricante de sementes e defensivos agrícolas, apurou The Agribiz.

O agrônomo Marcio Santos, até então o vice-presidente comercial da CropScience, vai assumir a posição de Malu Nachreiner a partir de março. A executiva está de mudança para Singapura, onde vai assumir a chefia da divisão agrícola da Bayer na região Ásia-Pacífico.

Clientes e fornecedores da Bayer começaram a ser avisados da troca nesta semana, disse uma fonte. Procurada pela reportagem, a Bayer confirmou as mudanças. Segundo a companhia, Nachreiner também passará a integrar o comitê de liderança executiva global da divisão agrícola.

Ainda não está claro se Santos também assume a presidência da Bayer no Brasil como um todo, posição que Nachreiner acumulava com a de head da divisão agrícola.

Bayer

Assim como boa parte das principais lideranças da divisão agrícola da Bayer, a agrônoma Nachreiner é egressa da Monsanto, a gigante de sementes e defensivos adquirida em 2018, por US$ 63 bilhões — à época, o maior M&A protagonizado por um grupo alemão.

Santos, o novo chefe da área agrícola da Bayer no Brasil, também foi herdado da Monsanto, mantendo uma tradição desde o M&A. “A Bayer foi quem pagou, mas a Monsanto é quem comprou”, costumam dizer pessoas que conhecem os meandros da companhia. O chefe da área agrícola global da Bayer, aliás, é o brasileiro Rodrigo Santos, também oriundo da Monsanto.

Para uma fonte próxima à Bayer, a troca de Nachreiner por Santos é um movimento natural. Durante a licença maternidade da executiva, entre o fim de 2022 e os primeiros meses do ano passado, ele ocupou a posição interinamente.

Na Bayer, Santos vai liderar um colosso que é líder em sementes de soja, em um país crucial para a divisão agrícola. A CropScience, aliás, é um dos maiores negócios da empresa, respondendo por 50% do faturamento da companhia.

De janeiro a setembro do ano passado, a divisão agrícola fez 17,6 bilhões de euros globalmente, dos quais 4,7 bilhões na América Latina. Considerando todas as divisões, a receita global da companhia foi de 35,7 bilhões.

Assim como outras companhias de defensivos agrícolas, a Bayer também sofreu com os estoques altos no Brasil no passado, o que prejudicou a vendas (e o preço) do herbicida glifosato, um dos mais relevantes para o grupo.

Globalmente, a Bayer passa por mudanças desde que Bill Anderson assumiu como CEO, no ano passado. No mercado, já houve quem dissesse que a companhia pretendia fazer um spin-off, separando a divisão agrícola, que rendeu muitos problemas e processos judiciais desde a aquisição da Monsanto, desagradando aos investidores.

Abaixo, a nota da Bayer na íntegra

“A Bayer informa que Malu Nachreiner, atual líder da divisão agrícola no país, deixará o cargo para assumir a divisão agrícola da Bayer para a região Ásia-Pacífico, passando também a integrar o comitê de liderança executiva global da divisão. Para liderar a área no Brasil, Marcio Santos, atual diretor comercial da companhia, com mais de 20 anos de experiência em diversas posições estratégicas dentro da empresa, assume a cadeira. As mudanças serão concretizadas em março deste ano”.