
Depois de sofrer com o clima seco e os atrasos na entrega dos equipamentos necessários à expansão da fábrica de açúcar em Santa Vitória (MG), a Jalles Machado finalmente vai explorar o potencial (e a rentabilidade) do investimento feito na usina mineira.
“Daqui para frente, acreditamos que será possível chegar ao mix de 55% de açúcar. Estamos animados para a fase de ajustes finos para explorar ao máximo nossos ativos e investimentos que foram feitos nos últimos anos”, disse Rodrigo Penna de Siqueira, diretor financeiro da Jalles.
Na safra 2024/25, já encerrada, a companhia da família Lage não conseguiu bater a meta de produção de açúcar. Inicialmente, a Jalles Machado previa atingir um mix açucareiro de 51%, mas a produção do adoçante representou apenas 44%. Com isso, deixou de aproveitar a rentabilidade potencial da commodity, que vem entregando margens bem melhores que o etanol.
Relativamente, a Jalles até se saiu melhor que a concorrência. Menos exposta aos incêndios que castigaram as usinas do interior de São Paulo, reduzindo o potencial conversão de cana em açúcar, a companhia goiana aumentou o mix de açúcar em sete pontos percentuais na última safra.
“Conseguimos avançar, enquanto todo o Centro-Sul diminuiu a produção de açúcar na última safra”, lembrou Penna de Siqueira. Ao todo, a Jalles Machado produziu 448,2 mil de toneladas na safra 2024/25, crescimento de 20%.
Entre analistas, o aumento da produção de açúcar da Jalles é visto como uma oportunidade para a Jalles e os investidores.
“Esperamos que o ramp-up da capacidade de cristalização impulsione as margens, o que, combinado com os melhores rendimentos de cana para 2025/26 e um mercado de etanol apertado, podem permitir melhores margens e mais um salto nos resultados operacionais à frente”, escreveu Thiago Duarte, analista do BTG Pactual.
O BTG recomenda a compra das ações da Jalles Machado (JALL3), com preço-alvo de R$ 12, o que embute um potencial de valorização de 176%. Na B3, o grupo sucroalcooleiro está avaliado em R$ 1,3 bilhão. Em doze meses, as ações caem 40%.
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No pregão quinta-feira, as ações da Jalles caíram 2%.