Oeste baiano

O custo extra para a SLC ficar com 100% dos lucros da Fazenda Paladino

Companhia da família Logemann fez um acordo com a Mitsui para ficar com 100% da SLC-MT, uma joint venture que já era controlada pela SLC

SLC

Para colher todos os benefícios econômicos da Fazenda Paladino, uma propriedade rural adquirida na semana passada por R$ 723 milhões, a SLC precisou gastar ainda mais dinheiro.

Em uma transação anunciada nesta sexta-feira, a companhia da família Logemann anunciou um acordo com a japonesa Mitsui para ficar com 100% da SLC-MT, uma joint venture que já era controlada pela SLC.

Ao assumir a participação dos japoneses, a SLC vai pagar R$ 103 milhões, avaliando a joint venture como um todo em R$ 211 milhões — esse valuation inclui todo o maquinário agrícola usado nas operações.

A sociedade entre SLC e Mitsui era responsável por tocar as operações agrícolas — plantio e colheita de grãos e algodão — da Fazenda Paladino, em São Desidério (BA), e da Fazenda Perdizes, em Porto dos Gaúchos (MT).

Nesse modelo, a joint venture arrendava as duas fazendas, remunerando os proprietários: no caso da Paladino, a Mitsui. Na Perdizes, a própria SLC. Com a aquisição da Paladino pela SLC, no entanto, a sociedade deixou de fazer sentido econômico. Por isso, o acordo anunciado nesta sexta-feira.

Em outras palavras, a aquisição de todos os benefícios econômicos da Paladino custou R$ 826 milhões para a SLC. “Acreditamos que seja mais razoável incorporar o R$ 103 milhões ao custo estimado de aquisição da Fazenda Paladino, o que torna o negócio mais dilutivo na nossa visão, embora o impacto seja pouco material”, argumentou Leonardo Alencar, analista da XP Investimentos.

No longo prazo, a compra da Paladino se mostrará muito provavelmente um negócio rentável, especialmente porque o preço do hectare saiu barato. No curto prazo, os resultados da companhia podem ficar piores tamanho o desembolso. Não à toa, as ações já haviam caído fortemente na segunda-feira, o primeiro pregão após a aquisição da Paladino.

Nas contas dos analistas da XP, as últimas aquisições da SLC farão com que a companhia da família Logemann queime caixa pelos próximos dois anos. Depois disso, as fazendas já estarão quitadas e a empresa deve voltar a gerar caixa.

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Listada na B3, a SLC está avaliada em R$ 8,3 bilhões. No ano, as ações sobem 7,8%.