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Syngenta fecha revendas no Paraná e Rio Grande do Sul

Cerca de dez lojas da Atua Agro foram fechadas no Sul; Syngenta diz que, em busca de eficiência, decidiu abrir mais lojas de outras bandeiras no Centro-Oeste

Em mais uma evidência das dificuldades enfrentadas pelas distribuidoras de insumos agrícolas, a Syngenta fechou cerca de dez revendas da Atua Agro — a marca própria da companhia, criada em 2019 — no Paraná e Rio Grande do Sul, apurou The AgriBiz.

A decisão ocorre depois de uma safra dura para praticamente todas as revendas, que sofreram mais com o desequilíbrio provocado pela combinação entre estoques abarrotados de defensivos agrícolas, demanda tímida dos agricultores e preços dos grãos em queda.

Embora seja uma companhia muito mais capitalizada e de dimensão global — a Syngenta é controlada pela estatal chinesa ChemChina —, capaz de suportar os solavancos e até fazer M&As, parar de perder dinheiro é uma decisão racional.

Nesse ambiente, Syngenta optou por fechar as lojas da Atua Agro, concentrando a atuação em unidades com maior potencial de retorno. A reestruturação também provocou demissões. “Eles fecharam a matriz de Londrina e deixaram todo o foco na cidade de Cornélio Procópio”, disse uma fonte.

Procurada pela reportagem, a Syngenta confirmou o fechamento das lojas no Paraná e Rio Grande do Sul, mas argumentou que as revendas eram de menor porte. Além disso, a companhia decidiu abrir mais lojas das outras marcas da empresa no Centro-Oeste.

“A decisão da descontinuidade de algumas lojas da bandeira Atua Agro, considerando que as que seguem abertas podem atender nossos clientes com a qualidade e proximidade desejadas, fortalece a presença de nossa equipe técnica de campo para atendimento aos agricultores das regiões, tendo uma logística eficiente como suporte”, argumentou a Syngenta, em nota.

Synap

Antes do fechamentos das lojas na região Sul, a Atua Agro possuía cerca de 44 lojas em todo o País. Além da marca própria, a Syngenta possui outras três bandeiras, que adquiriu nos últimos anos: Jangada, Dipagro e Agrocerrado.

Juntas, as quatro bandeiras fazem parte da Synap, a plataforma que reúne os negócios da Syngenta na distribuição de insumos, somando mais de 70 lojas. No Brasil, a Synap é liderada por Ricardo Perez, executivo que se reporta a André Savino.

Há quase três meses, a Syngenta anunciou a compra da Produtécnica, uma rede de seis revendas com presença nos Estados do Tocantins, Maranhão e Piauí. Com isso, alcançará todas as regiões brasileiras.

A compra da Produtécnica ainda depende da aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

Abaixo, confira a nota da Syngenta na íntegra:

“A Syngenta e sua Plataforma Comercial Synap estão em constante evolução no que se refere à eficiência operacional em sua atuação no varejo, avaliando se as operações e estruturas estão adequadas e alinhadas ao melhor atendimento de seus clientes e à captura de melhores oportunidades de negócio. Com foco no ganho de eficiência em algumas áreas como planejamento e logística, identificamos a necessidade de abertura de novas lojas no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás e do fechamento de algumas lojas menores no Paraná e Rio Grande do Sul.

A decisão da descontinuidade de algumas lojas da bandeira Atua Agro, considerando que as que seguem abertas podem atender nossos clientes com a qualidade e proximidade desejadas, fortalece a presença de nossa equipe técnica de campo para atendimento aos agricultores das regiões, tendo uma logística eficiente como suporte. Além das quatro bandeiras já consolidadas, comunicamos recentemente a aquisição da Produtécnica, ainda em aprovação pelo Cade, o que trará ganhos ainda maiores em planejamento e logística.

A estratégia se mostra cada vez mais vencedora, e seguimos atentos a todas as oportunidades em busca da eficiência operacional e estratégicas que viabilizem a contínua jornada de crescimento de nossa Plataforma Comercial Synap e das marcas que dela fazem parte. Da mesma forma, mantemos nossos esforços direcionados ao fortalecimento da parceria com nossa rede de distribuição e cooperativas, junto às quais seguimos cada vez mais próximos.”