A Yara começou a colher alguns frutos da estratégia anunciada meses atrás para recuperar o seu nível histórico de rentabilidade. A companhia divulgou nesta sexta-feira um lucro líquido de US$ 286 milhões no terceiro trimestre, uma forte recuperação em relação ao resultado de apenas US$ 2 milhões reportado no mesmo período de 2023.
Trata-se do maior lucro trimestral desde 2022, ano em que os preços dos fertilizantes atingiram as máximas históricas devido aos maiores custos de produção e de restrições na oferta devido ao conflito entre Rússia e Ucrânia.
O Ebitda ajustado da gigante norueguesa subiu 47% na comparação com o terceiro trimestre do ano passado, para US$ 585 milhões, superando as expectativas do mercado.
O resultado refletiu principalmente melhores margens no segmento de fosfatados, relativa estabilidade nos preços do potássio e melhorias nas margens de produtos de terceiros no Brasil, informou a Yara.
A receita líquida total caiu 5,9%, para US$ 3,6 bilhões. Só no Brasil, principal mercado para a companhia, a receita foi de US$ 868 milhões, caindo quase 15% na comparação anual.
As entregas de fertilizantes continuaram sofrendo em praticamente todas as regiões. No Brasil, a Yara entregou 1,8 milhão de toneladas no terceiro trimestre, um recuo de 7,8% em relação ao mesmo trimestre de 2023, com “foco na margem e não em volume”, destacou a companhia em seu release de resultados.
A Yara melhorou a sua performance operacional, com a produção atingindo o maior patamar de sua história. A companhia também obteve uma redução de custos, reflexo da ofensiva anunciada em julho em busca de uma economia de US$ 300 milhões.
Na primeira onda de seu programa de contenção de custos, a Yara informou que conseguiu economizar US$ 14 milhões, incluindo US$ 10 milhões em desinvestimentos. Os custos com energia ficaram praticamente estáveis neste trimestre.
As ações da norueguesa fecharam em alta de 3,44% na Bolsa de Oslo nesta sexta-feira. Em 12 meses, os papéis ainda caem 5%. A empresa está avaliada em US$ 86,6 bilhões.