Meteorologia

Chuva melhora condições para desenvolvimento da soja no Paraná

No Matopiba, precipitações não serão suficientes para aumentar umidade do solo

O último fim de semana foi caracterizado por fortes chuvas no Sul do País, melhorando as condições para o desenvolvimento da soja no Paraná — e dificultando um pouco o plantio em Santa Catarina.

De sexta a domingo, os municípios de Arapuã (PR) e Joinville (SC) receberam um acumulado de chuva de cerca de 260 milímetros, segundo os dados do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais).

No Paraná, a chuva deste fim de semana compensou os últimos resquícios de estiagem, especialmente em regiões como Campos Gerais, Planalto e no noroeste do Estado.

Ao mesmo tempo, especialmente no norte de Santa Catarina, a chuva encharcou o solo, que já estava em condições ideais de plantio. Contudo, não se trata de um cenário dramático: há uma redução de chuvas prevista para as próximas semanas, algo que deve possibilitar uma retomada, mesmo que lenta, das atividades no campo no estado.

Enquanto a chuva diminui no Sul, aumenta nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. Perto do dia 15 de dezembro, o acumulado deve passar de 100 milímetros em parte da Zona da Mata de Minas Gerais, região produtora de café, beneficiando também outros estados, como Espírito Santo (café conilon), São Paulo (café, laranja e cana de açúcar) e Mato Grosso do Sul (soja e pastagens).

A previsão é de que as chuvas fiquem gradativamente mais intensas ao longo da segunda quinzena do mês, atingindo seu ápice entre o Natal e o Ano-Novo em ambas as regiões.

Sem chuva no Matopiba

É um cenário totalmente diferente do Matopiba, que ainda sofre com a estiagem. Na última semana, algumas áreas do sudoeste do Maranhão, noroeste da Bahia e norte de Tocantins já estavam com umidade do solo abaixo do ideal. Diante da seca prolongada, essa área vem se expandindo.

Daqui para frente, as pancadas de chuvas devem reaparecer no Matopiba e na maior parte da região Norte do país, porém não serão suficientes para repor a umidade do solo. Uma possível La Niña — inicialmente prevista para este ano — está descartada para os próximos meses.

Mesmo as chuvas previstas para o início de 2025, que constam em previsões mais longas, trazem pouco alívio.

As precipitações mais intensas, reflexo da mudança de temperatura no Oceano Atlântico, devem ocorrer numa faixa que vai do Amapá ao Rio Grande do Norte, passando pelo Ceará e norte dos Estados do Piauí e do Maranhão. Como a área produtora de grãos está localizada mais ao sul, o plantio não deve ser beneficiado por essas mudanças de tempo.