A pecuária brasileira tem todas as condições para se consolidar como uma referência em sustentabilidade, deixando de ser encarada globalmente como uma atividade que só emite carbono.
Aplicando tecnologia e investindo em pastagens bem manejadas, o Brasil pode sequestrar carbono no solo nas propriedades voltadas a pecuária bovina, um cenário que muitos não acreditariam até bem pouco tempo atrás.
Com essa intenção, a brasileira Marfrig — uma das maiores companhias globais de carne bovina — fechou uma parceria com a green fintech Agrorobótica para medir carbono no solo das propriedades de seus fornecedores.
O objetivo da iniciativa, que ainda está em fase de testes, é não apenas mensurar quantitativamente o carbono que foi mantido no solo, mas também, gerar crédito de carbono certificado nas fazendas, tornando a cadeia produtiva da pecuária brasileira ainda mais sustentável.
Para fazer a medição do carbono, a Agrorobótica coletou amostras do solo de fazendas, fornecedoras da Marfrig, no Mato Grosso.
A medição do teor de carbono e da densidade do solo é feita com o uso da tecnologia LIBS (sigla em inglês para Laser Induced Breakdown Spectroscopy), técnica que já foi usada pela Nasa ao fazer estudos do solo em Marte.
Com essa metodologia, que faz a análise do solo em diferentes profundidades, é possível avaliar 22 parâmetros distintos de fertilidade do solo e carbono.
Quando os créditos de carbono forem certificados, os fornecedores envolvidos no projeto piloto da Marfrig terão uma oportunidade de renda extra, incentivando a adoção de práticas mais sustentáveis pelos pecuaristas.
“A Marfrig se posiciona como um agente de transformação em sua cadeia de valor, oferecendo acesso às melhores práticas para milhares de produtores no Brasil”, afirma o diretor de Sustentabilidade da Marfrig, Paulo Pianez.
Pianez ressalta que iniciativas como a parceria com a Agrorobótica não são casos isolados na estratégia da companhia. Eles fazem parte de um projeto maior, o Programa Verde+.
Lançado em 2020, o programa reúne um conjunto de iniciativas da Marfrig rumo a uma pecuária de mais baixo carbono. A companhia já anunciou metas para ter a cadeia 100% rastreada (inclusive entre os fornecedores indiretos) até 2025, ficando totalmente livre do desmatamento.